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31 de março de 2011

PENNA DIZ QUE NÃO ENGESSA PARTIDO, MAS É CONTRA MUDANÇA APRESSADA

O presidente do PV, deputado José Luiz Penna (SP), acredita que, em política, silêncio vale ouro. Um dos assuntos que mais evita em conversas com jornalistas são polêmicas internas do partido. Nos últimos dias, porém, enfrentando artilharia pesada dentro do próprio PV. decidiu mudar. Nesta sexta-feira, 27, em conversa com o Estado, negou que esteja engessando a legenda, como o acusa o grupo dissidente capitaneado pela ex-senadora Marina Silva. Penna disse que defende, assim como a candidata derrotada na eleição presidencial, a reestruturação do PV, para torná-lo mais arejado e democrático. A divergência estaria apenas na definição dos prazos. "A maioria da direção achou mais ajuizado o prazo de um ano. Não se faz uma mudança dessas a toque de caixa, em seis meses", observou. "Não se mobilizam 240 mil filiados de uma hora para outra." A respeito da acusação de que tenta perpetuar-se na direção do partido, onde se encontra há 12 anos, disse que nunca enfrentou chapa concorrente. "O Michel Temer, do PMDB, teve seu poder renovado por mais dois anos. O Orestes Quércia mandou no partido em São Paulo enquanto foi vivo. Mas no PV não é assim", assinalou. O líder dos verdes não atacou diretamente Marina. Deixou transparecer, no entanto, que ela estaria sendo ingrata com o partido ao atacá-lo. Lembrou que a legenda mudou o texto de seu programa, incluindo uma cláusula sobre questões de consciência, para dar maior conforto à candidata, que é evangélica, em temas como parceria entre pessoas do mesmo sexo, legalização do aborto, descriminalização da maconha. Outra mudança feita a pedido de Marina foi a inclusão de um grupo de dez pessoas, indicadas por ela, na direção nacional da sigla. Pela sua avaliação, Marina também não teria o prestígio de que hoje desfruta na cena política se não fosse o partido. "O PV dá projeção a ela. Basta observar a exposição que tinha antes na mídia e a que passou a ter após ingressar no PV." Sobre a possibilidade de um racha com o afastamento da ex-senadora da sigla, observou: Vai representar um prejuízo político, porque fizemos um esforço grande para que adquirisse o prestígio que adquiriu. É um prejuízo grande." Penna também expôs uma dúvida, que já manifestou a colaboradores, sobre o acerto da decisão do PV de investir todas as fichas da eleição de 2010 na campanha para os cargos de presidente e governador. "O partido todo se jogou na eleição majoritária, em detrimento das eleições proporcionais, de ocupação de espaços parlamentares, como vinha fazendo. O número de filiados não cresceu muito, nem a bancada federal. Se foi um erro, a história dirá." Na sua avaliação, a crise atual deve ser encarada com naturalidade. "Estamos vivendo a crise do crescimento. É natural que se discorde de alguns encaminhamentos. Temos de ter paciência e razoabilidade para que se faça a agenda da transição." O melhor, segundo Penna, seria se o grupo de Marina respeitasse a decisão da direção nacional, que adiou a convenção para 2012. "Foram 29 votos contra 16. Não sei se a reação se deve ao fato de terem sido contrariados ou se existe algum interesse oculto nessa história."

2 comentários:

  1. Ricardo Tavares da Silva01 abril, 2011

    As últimas declarações da Marina Silva tem revelado que o PV não é nada diferente dos demais partidos brasileiros.
    A coisa funciona como uma Panelinha entre compadres, que fazem do partido uma empresa de grandes negócio$$$$$$$$$.
    PV, PT, PSDB, DEM, PC DO B, PSB... SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO.

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  2. Júlio Borge01 abril, 2011

    A política partidária em algum momento deixa de ser democrática e atende aos interesses dos partidos e dos membros dos partidos. Um exemplo disso é a fidelidade partidária. O político passa a ser fiel à ideologia do partido e não atende, em primeiro plano. o eleitor. Se ela realmente fosse democrática deveria atender a ambos em igualdade de condições ou, em último caso, priorizar o eleitor.
    O efeito disso sobre a cidade democrática pode ser uma discrepância entre o que o eleitor (cidadão) necessita e o que o político faz por ela, deixando a desejar. Afinal, se todos estão unidos em prol do partido em uma decisão que desagrada ao eleitor mas na visão de um chefe de Executivo é viável, determinado projeto ou medida será aprovado com prejuízo para o eleitor (cidadão).

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