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28 de fevereiro de 2013

GREVE DE VIGILANTES PUNE OS BAIANOS

A maioria dos bancos está fechada desde terça-feira, por conta da greve dos vigilantes por tempo indeterminado. A categoria reivindica o adicional de periculosidade e, até ontem, não tem avanço nenhum nas negociações com o sindicato patronal. Às 14 horas desta quinta-feira, uma audiência será realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA) com o objetivo de tentar a conciliação entre os vigilantes bancários em greve e o patronato. A sessão ocorrerá na Seção de Dissídios Coletivos, na Sala de Sessões do Tribunal Pleno, sede do TRT5, em Nazaré. Caso não haja acordo, um julgamento será marcado. Enquanto isto, alguns bancos privados abriram suas portas, com vigilantes sem fardas, o que para o Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia (Sindvigilantes) é considerada uma desobediência à lei, que prevê que os bancos devam funcionar com profissionais de segurança privada devidamente fardados. É fim de mês, época de pagamento de aposentados e servidores públicos. E muitas destas pessoas não tinham conhecimento da greve dos vigilantes, causando transtornos quando chegaram aos bancos, principalmente os públicos, como o Banco do Brasil, somente funcionando os caixas eletrônicos. Já a Caixa Econômica Federal, a maioria das agências, geralmente cercada, fechou os portões, para desespero dos clientes. Foi o que aconteceu com a funcionária pública aposentada Marilda Neves Bispo, que ficou desolada, quando chegou à Caixa Econômica da Vasco da Gama e viu os portões da grade ao redor do estabelecimento lacrados. “Não sabia desta greve e vim para receber minha aposentadoria. Agora, o que vou fazer, meu Deus? Estou com problema no cartão, só posso receber no caixa mesmo”, lamentou. No Banco do Brasil, também da Vasco da Gama, várias pessoas se irritaram ao saber que não poderiam ser atendidas pelos caixas, já que o banco estava fechado, só com serviço interno. “A receita me mandou isto que tenho que pagar até amanhã. E daí, como é que faço? O banqueiro não paga os vigilantes e nós que sofremos as consequências. Além disto, se não pagar isto aqui da receita, vai sobrar pra mim”, desabafou o aposentado Francisco Queiroz, que fez questão de dizer a idade: 83 anos. Problemas enfrentados nos caixas eletrônicos também ficaram sem solução, como o da veterinária Margarete de Souza, que se encontrava na mesma agência do Banco do Brasil. “Meu cartão não está passando e já fui a três caixas. Não quero tentar mais para não correr o risco de cancelarem o cartão. Teria que ter alguém do banco aqui para me orientar”, reclamou. Mesmo com caixas eletrônicos operando, muitos clientes não sabem utilizar os cartões, grande parte destes aposentados, e preferem sacar o dinheiro no caixa do banco. É o caso da funcionária pública aposentada Celita Mesquita, que, quando entrou no banco na área do caixa eletrônico, não escondeu seu desapontamento. “Isto é horrível. Esta greve acontece logo no dia do pagamento do servidor. Não sei o que fazer para sacar este dinheiro”, lamentou. Ontem pela manhã, a categoria causou grande congestionamento de trânsito nas imediações do Shopping Iguatemi, quando realizou manifestação com mais de mil sindicalistas e um trio elétrico. Os vigilantes reivindicam o cumprimento da Lei 12.740, de 08/12/2012, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a qual prevê que os vigilantes estão entre os profissionais de segurança privada e expostos a riscos que devem receber o adicional de periculosidade. Para o administrador do Sindicato dos Vigilantes do Estado da Bahia (Sindvigilantes), Luiz Eduardo Portela, os bancos não deveriam estar desobedecendo a lei. De acordo com o sindicalista, “a lei diz que para o funcionamento do banco tem que ter vigilante. Tem banco, como Bradesco, Itaú e Santander, que está desobedecendo a lei”, afirmou. Muitos desses bancos, observados pela reportagem da Tribuna, estão operando com seguranças sem fardas, o que para Portela significa clandestinidade. “É considerado vigilante aquele que esteja devidamente fardado. Se não tiver usando a farda não é profissional qualificado, é um clandestino”, disparou. (Noemi Flores).

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