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14 de janeiro de 2017

A SEGURANÇA ENTRE O BLÁ BLÁ BLÁ DO GOVERNO E A BÁRBARI DO PCC

O governo não está controlando o fogo que o PCC espalha no país
Há onze anos, 564 pessoas foram mortas numa guerra entre agentes da segurança pública de São Paulo e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da capital). A maior cidade da América Latina parou: escolas fecharam, ônibus deixaram de circular (90 veículos foram incendiados) e as pessoas se recolheram em casa, temendo atentados a bala que entre os dias 12 e 13 de maio de 2006 mataram 59 agentes – postos policiais e delegacias foram metralhados. As forças se segurança retaliaram e muitas famílias ainda choram as mortes de inocentes. Por trás de tudo, Marco Camacho, o Marcola, chefe do PCC, a mesma facção envolvida na chacina de Manaus que chocou o mundo. Marcola queria um tratamento mais humano nos presídios e também, alegam ONGs que acompanharam o episódio, se vingar dos policiais que haviam sequestrado seu enteado e exigido dinheiro. A facção pôs nas ruas não apenas membros das suas hostes, mas gente que lhe devia dinheiro, cuja dívida seria paga com os ataques. Puro terror. A coisa chegou a tal ponto que os ataques só cessaram depois que representantes do governo paulista (negou) se reuniram com Marcola e pediram trégua. O que aconteceu em São Paulo gerou pilhas de documentos, análises conjunturais e propostas para resolver a situação carcerária no Brasil. Apesar dos aspectos conflitantes, havia um consenso: o PCC teria que ser enfrentado e desmantelado. Passado todo esse tempo, a facção cresceu e domina hoje, internamente, a maioria dos presídios brasileiros e comanda o crime nas ruas. Todos esses assassinatos deveriam nos ensinar algo, mas as reações advindas com o que ocorreu em Manaus e Roraima oscilam entre o horror e o aplauso: consternação pelos corpos esquartejados e júbilo por tantos bandidos mortos de uma tacada só. O que deveria servir para reflexão, o aglutinar de ideias para sairmos da barbárie, aprofundou ainda mais o fosso entre os que têm uma visão sociológica do fato e os que acham que bandido bom é bandido morto, não sabendo estes que os presos estão custodiados, responsabilidade do Estado. Apesar de tudo, somos uma Nação, e o conceito de Nação vai além de um povo unido pela língua. Pressupõe que os cidadãos vivam numa sociedade organizada, cada qual com seus direitos e deveres. Para os que saem do controle existe a Lei, se a Lei é branda, que se reforme a Lei, no caso a Constituição. Já é tempo de nos livrarmos do entulho legal, que beneficia a tantos, e estabelecermos uma nova ordem. Precisamos voltar a nos orgulhar de sermos uma Nação.

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