OS BICHOS AOS PÉS DOS MISERÁVEIS DA PERIFERIA DE ITABUNA
Muitas doenças estão relacionadas a miséria e pobreza do povo
Mesmo antes desse inquietante estado
de nossa economia, grande parcela da população brasileira já sofria com a
disparidade na distribuição da renda. A riqueza esteve e continua concentrada
nas mãos de uma parcela restrita da sociedade. Mas a crise econômica dos
últimos tempos aprofundou as mazelas sociais por todo o País. O estado de
incerteza em que o Brasil foi mergulhado, agravou a pobreza, favorecendo o
incremento dos bolsões de miséria por toda parte. Empurrados para áreas
marginalizadas, milhões de brasileiros seguem vivendo em locais desprovidos de
infraestrutura básica (pavimentação, esgoto, água tratada), em habitações
extremamente precárias. Tal situação de miserabilidade atesta a realidade
analisada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para quem muitas das milhares
de mortes que acontecem todos os dias no mundo estão relacionadas às causas da
pobreza extrema. Em pleno século 21, o mundo registra mortes por doenças que
poderiam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo, como fome, diarreia,
pneumonia e tuberculose. Itabuna está entre os cantos do planeta onde milhares
de pessoas sobrevivem em condições sub-humanas. Ainda está pouco propagado o
drama de moradores da periferia da maior cidade sulbaiana, que estão
literalmente sendo devorados por bichos. Dezenas de pessoas, com ferimentos nos
pés, mal consegue andar. A suspeita é de que sejam vítimas do bicho-de-pé, um
tipo de pulga, que provoca a doença do subdesenvolvimento. As vítimas sofrem há
mais de dois meses, sem assistência dos órgãos de saúde. O quadro chocante,
revela o descomprometimento do poder público com a vida miserável das famílias
que ali habitam. Esse caso mostra que da miséria social não é consequência
apenas da violência, drogas e criminalidade. Há ainda a dolorosa exclusão que
não garante aos pobres assistência mínima, para se livrarem sequer de pulgas.
Bicho-de-pé pode até parecer bobagem, mas o caso concreto serve para romper a
aparente tranquilidade com que se convive com a desigualdade e seus efeitos.
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