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28 de dezembro de 2017

O DUPLO PAPEL DOS BONS VELHINHOS NUM LAR

Quanto mais envelhece, mais as pessoas se tornam crianças!
A velhice quase sempre se associa a decrepitude, perdas, inferioridade. Num tipo de sociedade que se ergue sobre valores materiais, não poderia ser diferente: o desprezo pelo idoso está na raiz desse tipo de estrutura social. Neste mundo em que se exalta a juventude como um estado eterno, o vigor e a beleza como referências existenciais, a pouca idade como síntese de todos os valores, nesta época, neste mundo de hoje, algum papel existe para ser desempenhado pelo avô? Num tempo que se alicerça no materialismo, terá sentido cultuar essa figura que, antigamente, era santificada? Dentro de uma economia de mercado, que tem no pragmatismo sua diretriz, é cabível consumir recursos públicos com um grupo etário que pouco produz? Os avós têm um duplo papel: na família e na sociedade. Na família os avós são conselheiros dos pais e dos netos. Podem transmitir ao vivo a experiência que nenhum livro, ou programa radiofônico, ou televisivo, é capaz de traduzir. Os avós são apoio em inúmeras situações e emergências. Integram a família. Feliz da família na qual comparecem os avós. Na sociedade, os avós transmitem ao presente a herança do passado. São depositários da sabedoria acumulada através de milênios.Até os pequenos gestos revelam a atitude respeitosa ou desrespeitosa para com os idosos. Ceder o lugar ou a passagem ao idoso, mostrar-se disponível para ajudar nas mais pequenas e breves situações, tudo isso demonstra o nível de educação de uma comunidade no relacionamento com os avós. Precisam todos, mas principalmente os jovens, de orientação para escolher caminhos que contrastam com o modelo social imperante, vazio, sem alma, desumano. Um dos pesos da idade para muitos idosos é a viuvez. Se o casal desfrutou, em plenitude feliz, de longa vida em comum, aquele cônjuge que fica sofre muito a ausência daquele que partiu. A respeito desse fato, que belo o exemplo do grande pensador Ernesto de Souza Campos. Viúvo, Ernesto lia toda manhã uma das cartas de sua mulher. Somente uma. Nunca mais de uma. Era a fruta saborosa daquele dia, segundo suas palavras.

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